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É possível pensar “fora da caixa”?

Não tem como fugir (ou tem?). Desde o momento em que nascemos, cada aspecto da nossa existência determina um traço do nosso comportamento. As crenças e valores que somos expostos, onde moramos, a nossa família, a escola que frequentamos e até o gostinho da comida da nossa mãe são fundamentais para formar quem somos; e escapar desse condicionamento tão intenso é uma tarefa complexa, exaustiva e quase impossível (ou não).

 

Será que somos capazes de ouvir ou ler alguém, com atenção plena, que acredita em tudo o que desacreditamos e, ainda assim, considerarmos a pessoa inteligente e a respeitarmos genuinamente? Será que estamos prontos para “aceitar” outras perspectivas de mundo e convivermos de forma saudável? Ou pior (talvez melhor), refletir que o outro pode ter, afinal, algo muito bom para nos ensinar e ampliar nossas lentes, antes limitadas? Será?

 

Como diria a minha mãe (e o Mário Sergio Cortella, e o Leandro Karnal, e o Thomas Gray, e tantos outros): “a ignorância é uma bênção”, e nos poupa de muito sofrimento. Por isso, é maravilhoso acharmos que temos todas as respostas necessárias para vivermos bem. Não me entenda mal. Escolher caminhos é sobreviver, e é necessário para termos uma vida com fé (seja onde a sua fé estiver), amor e resiliência, mas desde que você consiga conviver em um mundo em que há bilhões de pessoas que vivem uma vida diferente da sua – bilhões - e aceitar que está tudo bem!

 

Eu sei que é delicioso, confortante e revigorante pensarmos que temos certeza de tudo e que sabemos o caminho exato para uma vida plena e feliz. E se você encontrou a suas respostas, para que a sua vida seja plena e feliz, vai fundo! Se joga, meu bem! Só presta atenção no “sua”, porque suas escolhas não podem determinar a escolha do outro. E meu curioso, essa é a parte difícil, para mim, para você, para todos nós. Existem muitas escolhas além das nossas. Muitas - bilhões, no caso.

 

Se você chegou até aqui nesse texto, mesmo depois de eu dar a entender que minha fé não mora onde a sua mora, que eu acredito em coisas que você possivelmente não acredita e que ainda assim podemos ter muita troca e muito aprendizado um com o outro, você é um curioso de primeira e está tentando, assim como eu, a ouvir mais e a entender mais o mundo em que vivemos. E nem precisa concordar, afinal, discordar é viver (mas com respeito)!

 

Eu ainda acho que há limites do que podemos e devemos aceitar, mas não vou nem entrar nesse tema, que daria mais alguns milhares de caracteres. Por ora, vamos ficar com as trocas ricas, que podem nos levar a pensamentos que nunca imaginamos e que podem trazer uma libertação gigante, por simplesmente convivermos com o diferente. Convivermos com novas possibilidades. Convivermos.

 

Como diria meu muso maravilhoso (com vários defeitos, como todos nós): “Há muito mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia" – Shakespeare.

 

Na opinião sincera e conflituosa dessa humilde escritora que os escreve, ler coisas diferentes das que acreditamos, ouvir pessoas que convivem em ambientes diferentes dos nossos e vivem situações diferentes das nossas, que enxergam a vida de outra forma (porque a vida delas foi diferente mesmo) é um pequeno (minúsculo) início para começarmos a sermos mais respeitosos e vivermos melhor, com a mente um tiquinho mais aberta.

 

E nem é que você precise mudar o que você acredita (imagina - quem sou eu para te dizer isso?).

Mas talvez (talvez), no olhar do outro pode ter algo ainda mais legal para você acreditar. Talvez (talvez), a experiência do outro te enriqueça em lugares que você nunca imaginou e talvez (talvez), no mundo do outro, há um universo de possibilidades que você sequer sonhou. E pode ser incrível.

 

E talvez (talvez) sua vida pode ficar ainda mais completa depois de você escutar tudo o que o outro tem para te dizer.

 

“Be curious, not judgemental” – Ted Lasso.

Tradução livre: Seja curioso, em vez de simplesmente julgar.

 

Por um mundo de infinitas possibilidades, meus curiosos. ♥️

 

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