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Organização transforma o mundo

Transformou o meu, pelo menos. Eu não sou uma pessoa essencialmente organizada. Os amantes de signo, inclusive, sempre me dizem que não se conformam como uma Aquariana, com ascendente em Peixes, pode falar sobre organização, planejamento e foco, que não representam em nada minha natureza astral. Sim, é complexo. Até para mim é. Mas acredite, é possível.

 

A verdade é que eu vivo no mundo da Lua, e meus pensamentos sempre pendem para o propósito da vida, as complexidades do universo e as barreiras que afastam os seres humanos, que continuam explorando a supremacia que temos certeza de que é nossa por direito, acima de todos os outros seres que compartilham esse mundo com a gente. Somos presos a pensamentos limitantes, regras preestabelecidas e valores retrógrados. Tá bom, eu fui longe demais, mas essa é só uma demonstração de como eu sou capaz de viajar. Do nada. Eu viajo!

 

Mas, de alguma forma (de várias, na verdade), eu aprendi a sonhar longe e colocar os pés no chão, de viajar sobre temas aleatórios e conectá-los com a realidade, de forma ordenada, em linhas do tempo que fazem sentido na minha cabeça. Eu aprendi a ser meio doida e meio normal – tudo ao mesmo tempo.


Alice: Chapeleiro, você me acha louca?

Chapeleiro: Louca, louquinha. Mas vou te contar um

segredo: as melhores pessoas são assim.

- Alice, No País das Maravilhas


Não se engane, eu não fui uma criança que gostava de organizar armários, prateleiras e ajudar nas tarefas domésticas. Não mesmo. Eu só comecei a contribuir com a organização da casa, quando eu tinha uns 12 anos, porque o meu pai associou isso à minha mesada - eu precisava cumprir algumas tarefas diárias (que eles conferiam quando chegavam), para fazer jus ao meu dinheirinho. Não era nada demais, basicamente lavar e guardar a louça e arrumar as camas. Mas foi nesse momento, que duas coisas mudaram: 1 – o valor que eu atribuí ao dinheiro; 2 – minha relação com a organização.

 

Foi chato no começo? Foi chato no começo. Eu reclamei? Eu reclamei. Muito. Mas como a pessoa resiliente que eu sou, fui lutando contra a natureza bagunceira e comecei a perceber os ganhos reais de um lugar organizado. A casa arrumada me deixava mais calma, mais disposta e até mais criativa. A minha cabeça ficava mais “limpa” e me permitia viajar nos meus pensamentos “aleatórios”, que eu tanto amo.

Até as minhas redações melhoraram! Elas, finalmente, tinham começo, meio e fim. Eu estava conseguindo conectar o meu lado criativo com uma organização que eu não tinha, até então. E foi incrível.

 

O foco eu já tinha, estava conhecendo a organização e incluindo o meu lado criativo nesse bolo todo. E tinha mais uma coisa: a minha praticidade. Eu sou prática (se um dia eu te disser que eu sou perfeccionista, eu estou mentindo lindamente, eu não sou). E quando eu entendi como cada uma dessas características era (e é) um traço importante da minha vida, eu me libertei.

 

Ufa, liberdade para eu ser eu mesma.

 

Eu queria ser fofa e perfeccionista, mas eu não era (apesar de eu admirar muito quem é). Eu era prática, focada e [quase] organizada. Me despedi das minhas canetas coloridas com cheiro e glitter (adeus, amigas) e troquei meu estojo (gigante) por um fino, com caneta preta, azul e lapiseira Pentel 0,5. E ponto. Comprei cadernos quase lisos, com linhas longas que não me atrapalhassem em minhas anotações e no que realmente era importante. O conteúdo. Mais nada. Sim, esse é o meu nível de praticidade.

 

Percebi que a organização é um processo e eu estava no caminho certo. Comecei a tirar as “gorduras” (ou como eu chamo hoje – os “ruídos”) das coisas, focando na essência, no que importava. Pelo menos, no que importava para mim, dentro das minhas características e de quem eu sou. Eu me descobri. E, nesse momento, tudo mudou!

 

Hoje, eu multipliquei umas mil vezes a quantidade de coisas que eu preciso me preocupar, minhas tarefas diárias e minhas anotações. Mas a minha capacidade de organização também está umas mil vezes melhor – e é nela que eu jogo toda a pressão do dia a dia.

 

Eu [geralmente – suscetível a erros] não esqueço das coisas, porque eu simplesmente não me cobro de lembrar de nada!


Meus planners (e notificações) que lutem com a consulta da médica, o horário da reunião, os compromissos com amigos e familiares e até com o horário de beber água. Tá bom, eu sou meio doida (até já assumi lá no começo do texto), mas a minha cabeça está limpa.


Limpa para escrever esse texto, para escrever um livro inteiro e para conversar profundamente com as pessoas quando eu tenho a oportunidade. E é isso que importa para mim. Dessa forma, eu consigo manter minha cabeça no lugar, minha praticidade no topo e o foco para ir atrás do que eu quero.

 

Tchau, ruídos e bagunças. Eu quero paz, criatividade e pensamento livre. Eu quero ser livre para viajar sem me preocupar.

 

Eu quero ser livre para dedicar a minha cabeça para o que eu amo.


E você? Quais são as suas características essenciais que vão te fazer se libertar?


Até mais, curioso e curiosa.



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