top of page

Mau.ri.ci.ar está pronto!

Eu sempre amei ouvir histórias. Passei a vida ouvindo meus avós e meus pais contando como foi a infância deles, do que brincavam e como cada detalhe foi importante para eles serem quem são hoje. Os amigos, os aspectos da casa, os primeiros amores e as suas maiores frustrações e medos.

Para mim, só somos capazes de conhecer alguém de verdade se conhecermos suas histórias de criança, seus momentos mais felizes da vida e os mais tristes também. São dessas memórias profundas e intensas que chegamos à nossa essência. E, no caso do meu pai, haja história e haja essência.

O Maurício, no auge dos seus oito anos, era uma criança alegre, cativante, cheia de energia e de amigos. Ele falava “pelos cotovelos”, a ponto de fazer amizade até com árvores e barrancos de terra. Hoje, ele seria o que chamamos de “criança raiz”. Foi eleito mister simpatia da escola, dirigiu quando mal alcançava os pedais do carro e aprontou mais do que [provavelmente] qualquer mãe de hoje em dia seria capaz de suportar. Aliás, coitada da minha avó (a história dela também dá um livro).


Claro que ele não fez tudo sozinho. Seu irmãozinho mais novo e melhor amigo, o Marquinho, o levou para muitas brincadeiras no barro e embaixo de chuva, colheu muitos pêssegos com ele e fez o coração dele vibrar de amor com o seu jeito delicado e atencioso. Eles viveram memórias que meu pai carrega até hoje e que foram contadas muitas e muitas vezes em almoços em família - que formaram cada aspecto do que o Maurício se tornou. Memórias e momentos que formaram a sua essência.


Mas não se engane. Falar do Marquinho até hoje é motivo de alegria e de dor, ao mesmo tempo. Ele acende todos os tipos de emoções na minha família e, por isso, foi tão difícil e de uma enorme responsabilidade escrever e finalizar Mau.ri.ci.ar. Não tinha como desenhar o arco do personagem do Maurício sem trazer a morte do seu irmãozinho - o ponto essencial na história do meu pai, que mostrou que o amor e a alegria dele poderiam superar tudo. E superou. Aliás, isso é Mau.ri.ci.ar.


Mau.ri.ci.ar é sobre amor, fraternidade, brincadeira de criança e sobre o quanto a vida pode ser dura, quando menos esperamos. É fazer o sorriso e o riso serem a primeira resposta para tudo. É falar bobeira quando o mundo está sério e acreditar que coisas boas vão acontecer, quando a vida tenta te provar o contrário. Mau.ri.ci.ar é ser você mesmo, sem vergonha, ter amor por tudo o que você faz e se dedicar, sempre, 100%. Mau.ri.ci.ar é sobre ser bobo (no ótimo sentido), ser destemido e ser feliz.


Finalmente, com muitos mais momentos felizes do que tristes, o livro ganhou forma e se tornou absolutamente delicioso e envolvente, do começo ao fim. A nostalgia, por si só, já é capaz de atingir um pedaço especial dos nossos corações, porque nos conecta com tempos mais simples e de sorriso solto, mas com as pitadas da história da vida do meu pai, ficou ainda mais comovente.


Nada como jogar bola em rua de terra com os pés descalços, fazer amigos só de falar “oi” e trocar conversas e sorrisos. Nada como lembrar das histórias que marcam nossa vida e nos reconectam com a nossa essência. Nada como lembrar de como era ser feliz, simplesmente por ser feliz.


Foram quatro “rascunhos” (longos, que deram um baita trabalho) antes da versão que foi finalizada, horas de entrevista com minha avó e meu pai. Choramos muito durante o processo, mas sorrimos nas memórias felizes também.


Estou feliz, curiosos, porque algo lindo foi construído. Depois de quatro começos, cinco revisões, dois anos (desde o começo) e sete meses (desde o início dessa versão) de dedicação, eu terminei meu livro. Estou feliz porque eu me comprometi a fazer algo que deixaria a minha família feliz (apesar da tristeza inevitável) e eu realmente acredito que consegui.


Eu finalizei meu primeiro livro, que eu sonho em fazer desde os meus oito anos, e meu 2023 termina com muito orgulho do meu trabalho. E agora, compartilho com vocês os três primeiros capítulos finalizados, desse trabalho.



E se quiser mais um capítulo, é só pedir com jeitinho nos comentários, que eu coloco aqui com muito amor. ♥️


Ah, e esse ano ainda não chegou ao fim, hein!?


Até mais, curiosos! Quem sabe na próxima, ele já não esteja publicado, né?! 🤩

Posts recentes

Ver tudo

Como deixar a sua filha voar, mãe?

Dizem que com a maternidade nasce a preocupação. E eu acredito. Afinal, será possível conseguir controlar aquele bendito corte de um cordão umbilical que uniu duas vidas, dois cheiros e um único amor?

bottom of page