Neste ano de 2023, eu definitivamente fui impactada pela tal “crise dos 30” (que pode existir em qualquer fase da vida, na verdade). Com uma vontade louca de experimentar novos caminhos, explorar novos projetos e viver o novo, eu me joguei no desconhecido e recomecei do ZERO. Um grande surto, que foi muito difícil para mim e para quem está comigo nessa jornada encararmos, mas que eu tinha que viver. Eu tinha que viver.
Sou focada e responsável, então eu realmente “buguei” muitas cabecinhas quando eu contei meus novos planos e falei o que eu estava disposta a enfrentar neste ano para ir atrás do que queria. Decidi que esse era o meu momento e, mesmo com muito medo [e um pouco de dinheiro no banco], eu me joguei. Eu merecia me jogar.
Não foi fácil deixar meu emprego. Sempre amei (e amo) meu trabalho, fui (e sou) grata a todos que me abriram portas, e guardo no coração tudo o que eu vivi. Por isso mesmo, que o recomeço foi tão doloroso. Foram muitas meditações para entender as dores e tentar curá-las e para me fazer entender que eu tinha um propósito por trás de tudo. Tudo bem, não é tão simples assim, mas esse era o caminho.
Em cada meditação de cada dia, eu tentava me lembrar do que realmente importava, tentava limpar todos os ruídos que bagunçavam os meus pensamentos e criava mantras diários para me guiarem. Depois de um processo de alguns meses, uma sementinha foi plantada. Depois, mais alguns meses para uma nova sementinha e por aí eu fui - firme e forte (nem tanto), confiante (mais ou menos), cheia de energia (mas às vezes cansada), tentando ser a minha melhor versão e ir atrás dos meus sonhos. Eu merecia ter sonhos.
Não se engane. Trilhas novas são cansativas e só faz sentido você desbravá-las se souber o que está procurando no final do caminho. Vão aparecer várias opções e tentações, por isso o seu objetivo tem que estar claro para você. Você tem que saber o que quer e aonde quer chegar. E eu sabia. Eu sei.
“Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve” – Alice, no País das Maravilhas.
Nesse longo processo, eu errei, acertei, errei de novo, aprendi, errei de novo, reaprendi. No meu caminho, eu mudei a rota várias vezes - virei para a direita, para a esquerda, fui reto e, quando encontrei meu caminho, acelerei a 220 km/h. Nesse momento, eu fui com tudo.
Eu dei tudo e superei [quase] tudo, pelos meus sonhos. Superei meus medos, as críticas (as minhas, sobre mim) e joguei [quase] toda a minha energia na entrega. Eu entreguei!
Entreguei amor, projetos, palavras de conforto, minhas crises existenciais (que todos temos) e, no fim desse ano, estou entregando uma versão um pouco melhor de mim – que permanece em constante movimento e aprendendo todos os dias.
Aprendi a confiar mais em mim e ir atrás do que eu quero. Viajei para a Espanha, aprendi um novo idioma, comecei um blog (e escrevi muito, me expondo muito), abri uma empresa, expandi nossos negócios (meu e do meu marido) e terminei o meu maior projeto da vida: o meu primeiro livro (Mau.ri.ci.ar). Tudo isso em um ano muito difícil, cheio de perda e dores, mas que infelizmente fazem parte da vida. Foi doloroso e complicado. Mas tínhamos que continuar, então continuamos.
O que eu não esperava era receber tanto carinho no processo, e o quanto que isso seria essencial para mais uma força nascer dentro de mim. Vocês, curiosos, apoiaram meus sonhos, confortaram o meu coração e me motivaram a ser melhor, fazer melhor e entregar o meu melhor. Sempre. Vocês movimentaram esse blog e abriram mais um caminho na minha trajetória (chegamos a 400 leitores em alguns textos, e rumo a mil).
Com todos esses caminhos e objetivos definidos, 2024 vai ser um ano de acelerar a 220km/h (no mínimo), em linhas retas, levemente tortuosas – claro – que vão me levar para onde eu tanto quero, carregando vocês comigo.
Aos meus curiosos, obrigada por esse 2023 maravilhoso (e mega cansativo – não vou mentir), vivido com intensidade, entrega e amor.
Lembrem-se: sempre tem espaço na vida, para desbravarmos um sonho de criança.
Feliz 2024, cheio de caminhos para explorar e sonhos para viver.